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Aqui você leitor, como eu, encontrará alguns textos escritos por mim, demonstrando toda minha inspiração através da janela da minha vida.

domingo, 19 de abril de 2015

A JANELA

-Homenagem aos 450 anos do Rio de Janeiro

Por esta mesma janela onde a fumaça se esvai
Acenos e cenas se fundem no tempo,
E movendo-se em círculos suavemente,
Em câmera lenta, mansamente,
Uma imagem sobrepõe-se a outra,
Fugidia, embaralhando-se em seus momentos.

Bondes, charretes, guarda-sóis...
Em pinceladas de variadas cores,
Personagens do cotidiano lento,
Vão-se ,envolvidos em cândidos amores.
Assim Machado, Dummond, Cecília, Vinícius...
No passeio surgem de diferentes épocas,
E como em um túnel do tempo se encontram,
Para que às homenagens se juntem
Ao Rio que amaram e em verso e prosa cantaram...

E senhorinhas e cavalheiros seguem assim
Em momentos tão simplórios!...
Leves gestos em cumprimentos,
Abrindo passagem ao leve toque de sons,
Que ao fundo compõem,sim,
Uma sinfonia de mágicos encantamentos...

E eu, hoje, desta janela ,
Posso ver através dos olhos da alma, da sensibilidade,
Momentos extraordinários que, de verdade,
Parecem-me vividos e sentidos, e com saudade
Transportam-me àquela época
Como se assim nela me infiltrasse,
Cautelosa e mansamente,
Para que não fosse despertada
Deste torpor, suavemente...

Onde termina o sonho?
Como me encontro de volta ao meu corpo
Onde o cotidiano me convida a retornar
Ao meu mundo em busca de magia e vida?
Não sei...O poeta é por si só sensitivo e etéreo
E não se desloca nem de uma nem de outra forma;
Elas se misturam e se enlaçam como cordéis
E é ,por certo, envolto nesses mágicos anéis
Que nos apercebemos sorrindo muitas vezes sem motivos,
Ou acenando sem termos para quem que em leve afago
Fisicamente nos corresponda ao gesto vago.

Somos tristes, infelizes?
Não creio. Temos, sim, intensa capacidade
De sentir com maior profundidade
Mas também nos afastarmos da realidade
E nos ligarmos aos sonhos por corredores tais,
E em um ímpeto torná-los todos reais.
E, por certo, tomados por insensatos, até mesmo loucos,
Em um mundo que não nos percebem, como poucos,
Seres atuais  ou atualizados, sensitivos ou sonhadores...

Na verdade, é preciso que possamos sonhar,
E olhando assim, por esta janela
Conciliar lá fora, sob os braços do Redentor,
Um Rio amigo e acolhedor,
Que mescla à pureza do antigo
Estes turbulentos e festivos ruídos,
Em caras e bocas que acolhem e riem
Pra todo e qualquer " click", e em cenários mil,
Aí está : "Rio- O cartão postal do meu Brasil!"