O INVISÍVEL

Sinto-me hoje como se estivesse assim, por detrás de uma tela gigantesca, através da qual só eu vejo, só eu observo, e às vezes me perco a investigar por labirintos tão comprimidos pelo medo e pela austeridade que me custa voltar e assumir de vez meu posto observatório e enigmático...Do outro lado, ninguém me vê, ninguém percebe que meus olhos se perdem em caminhares tão intensos . Gostaria que alguém, do outro lado da tela me acenasse e apenas alguém me visse e me entendesse ,posto que minha missão a mim parece tão íntima  e com uma sobrecarga solitária de fé e esperança ...Às vezes , como "Alice", deixo-me levar por uma das frestas e participo um pouco daquele mundo, desta vez não como observadora mas participante e pasmem! Continuo a parecer invisível aos que por mim passam pois já não param para falar, abraçar, apertar as mãos, ou apenas sorrir... Todos têm pressa para alcançar o inalcançável! Sim, disto é feita a vida, de sonhos apressados e conturbados, mas se olhássemos um pouco, apenas um pouco ao redor, tornaríamos com um sorriso e apenas  um "Bom dia", o mundo do outro, o nosso mundo, mais ameno e prazeroso!!! Bom Dia!

Olhando ao redor

Não me surpreendo mais comigo. Surpreende-me o seu jeito cético de ser e de independente de tudo e de todas as coisas que o cercam perder-se no círculo que o envolve , girando, girando e girando sem aquietar-se por instantes para perceber-se neste contexto como um ponto, uma razão, uma parte do todo. Somos o que somos e nenhuma verdade ou amostra simbólica ou poética há de reverter um interior que o arremessa a dias repetidamente iguais sem identificar-se com o perfeito e o imperfeito que nos cerca e nos transforma. Afinal, amigo, quem é você? Questione-se!

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Era uma vez...

Domingo! Em amanheceres de sol ou chuva, mas era sempre "o domingo". É, era simples assim. A criançada.brincava pelas ruas em mata-matas, pulando corda, jogando peteca, bola ou brincando de roda,enfim... À noite as moçoilas íamos à praça com nossos melhores vestidos pra que a rapaziada visse como éramos elegantes! Bem, não tínhamos celulares pra enviar fotos, ou bate papos on line. O fato é que nossas crianças ( e já bem pequeninas) entendem td das novas tecnologias e a elas se apegam sem tempo para brincar brincadeiras de verdade, brincadeiras de criança e para criança.É, um novo painel se descortina diante de nossos olhos e o que podemos e devemos é dosar o novo e o "antigo" não abominando o progresso, não! Quem sou eu? Mas despertar neles o lúdico que a nós fazia tão bem! O que é verdade é que não tínhamos àquela época tantas crianças e adolescentes em excesso de peso. E é fato! O comodismo acompanhou este desenrolar de épocas tornando a população em descaso com aqueles princípios de se soltar mais, de curtir mais a liberdade linda e maravilhosa de se ser criança, de ousar a adolescência! Bem, um bom e abençoado dia! E... Um domingo de paz!

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HUMANOS?

Na iminência de guerras e destruições, a desarmonia do ser que desejaríamos humanos e racionais, nos afronta e nos deixa assim perplexos diante do propósito do ser ou não ser . Afinal que diferença faz no mundo de hoje nesta gramática incoerente da vida definir ou indefinir pessoas, se o tempo é o perfeito ou o imperfeito, se o futuro é do presente ou do pretérito (acho que mais este que aquele ) Certo é que desejaríamos que fôssemos apenas e simplesmente “gente”, sem incentivos para caracteres desiguais, ou dispersos em um tempo que já nem reconhecemos como nosso em dialetos que não se encaixam em sentido algum na transferência pobre e insensata dos idiomas ? Você não entende meu sorriso, eu não entendo sua lágrima, ele não entende sua dor, nós não entendemos nossa própria raça cínica e desigual!!!

ENCURTEMOS NOSSOS PASSOS

A insensibilidade com o problema do outro é efeito da falta de disponibilidade em ouvir , entender, confiar...Poucos têm tempo em atrasar seu passo, olhar nos olhos de quem lhes fala, dar uma palavra de consolo e ajuda, se adiante o aguarda a sua própria vida, o que julga ser o mais importante naquele momento. Mas... os momentos mudam, os instantes são fugazes e na próxima esquina (quem sabe?) seremos nós a aguardar o outro pra caminharmos juntos em uma troca sincera e confiante de palavras que haverão de fluir do coração de quem sabe doar , de quem percebeu o verdadeiro sentido de vivermos em comunhão com aquele que, na verdade, espera tão pouco de nós.

A TELA DOS SONHOS

..."O tempo não importa ; O que importa é o que ficou daquele minuto, daquela hora, daquela vida." Sim, pois há minutos que valem por uma vida, e reascendem em nossas lembranças, uma felicidade que ficou ali, em um cantinho da alma , e nos faz sorrir e muitas vezes amenizam a rudeza a que a vida nos trouxe, através dos tempos. Ah, se não fossem estas lembranças!... Na certa nos sentiríamos tão incapazes em uma sensação de haver desperdiçado uma vida inteira! Mas não,elas estão ali e conservam em si a frescura de um valor inestimável. São detalhes tão preciosos que nos  permitem ainda, é isto, ainda sonhar!!! E ao jogá-los todos em uma tela invisível aos olhos comuns,  temos hoje  a oportunidade de avaliá-los , compará-los, em uma vontade imensa de tocar e sentir alguns, apagar outros, acertar enganos, ampliar detalhes ... Enfim, é preciso seguir, na tentativa de compreender o imcompreensível, aceitar o inaceitável, driblar nossas emoções e ressentimentos , pois nada, nada mesmo haverá de usurpar o que guardamos no mais íntimo de nosso ser e que nos torna únicos!!!